Deduz-se da BNCC, documento estruturador da educação brasileira, que no final do 2º ano do Ensino Fundamental os escolares sejam capazes de decodificar pequenos textos. Em outras palavras, que os escolares tenham superado o primeiro dos grandes desafios da alfabetização que é o conhecimento das relações entre fonemas e grafemas e vice-versa.
O governo brasileiro, no âmbito do Programa Criança Alfabetizada, definiu como razoável que, em 2030, 80% das crianças, ao final do 2º ano, sejam aptas a ler e escrever pequenos textos. De acordo com o primeiro Relatório de Resultados do Indicador Criança Alfabetizada, resultados de 2023, 56% dos escolares do 2º ano alcançaram a competência prevista pela BNCC.
Desse resultado, mais bem detalhado a seguir, dois aspectos chamam a atenção: a) o primeiro deles é positivo, afinal, temos, ao que parece, no âmbito da gestão federal de educação, um indicador de qualidade, a partir do qual muitas iniciativas podem ser implementadas, já que sabemos quais e onde estão as nossas fragilidades; b) quase a metade dos escolares do 2º ano, no Brasil, não supera o primeiro desafio da alfabetização que é a (de)codificação, o que é uma lástima, já que, sob certa perspectiva, é o próprio poder público condenando uma parcela da população a uma qualidade de vida inferior. Ações na educação brasileira que favoreçam a equidade na formação escolar são imperativas e urgentes, caso o que se deseje seja uma sociedade cada vez mais democrática.
Ao observamos os resultados por estado, apenas o Ceará supera os 80% de crianças com as competências esperadas no final do 2º ano. A Bahia empata com Rio Grande do Norte, com 37% de crianças alfabetizadas, bem abaixo da média nacional, superando apenas Sergipe, com 31%. Esse índice é preocupante, sobretudo para a Bahia, o estado com 5º maior PIB do país.
A documentação científica aponta o caminho para as melhores práticas. Cabe aos municípios simplesmente segui-lo.
Fonte das informações acima e onde podem ser acessadas mais informações: